POR QUÊ O PROJETO?

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Fazer valer a pena as nossas "últimas férias" foi um de tantos outros fatores que nos levaram a fazer esse projeto voluntário. Como estudante de Medicina, ter a oportunidade de trabalhar em um hospital de uma das regiões mais pobres do mundo certamente nos fará crescer não só como profissional mas como ser humano.

31/12/2011

Happy New Year

    Último dia do ano. A fim de terminar com “chave de ouro” fomos a uma clínica particular consultar o Telles, já que ele suspeitava estar com malária. Após uma breve consulta com o médico, fomos ao laboratório da clínica realizar alguns testes para descobrir a causa da sua febre. Acompanhamos toda a bateria de exames e felizmente os resultados deram negativos tanto para febre tifóide quanto para malária. Retornamos ao consultório do médico com os resultados e ele disse ser uma infecção bacteriana. Pois enfim, o Telles termina o ano tendo que tomar antibiótico por sete dias e mais o tratamento contra a malária para garantir.


 

     À tarde resolvemos conhecer a cratera de um vulcão que é bem próxima da nossa casa. Pegamos o tal do tuktuk para chegarmos lá; e por aproximadamente 30 minutos subimos uma estrada totalmente esburacada que somada às condições do nosso veiculo resultou em um percurso com muita adrenalina.

   No momento que chegamos ao topo da montanha, esquecemos totalmente a estrada íngreme que nos conduziu até o local. A vista era impressionante! Estendendo-se a muitos metros abaixo de nós estava a cratera do vulcão. O cenário era incrível: vários tons de verdes mesclavam-se até o horizonte e uma área marrom-escura (lavas) denunciava a erupção do vulcão em um passado não muito remoto. A paisagem foi alvo de muitas fotos nos 30 minutos seguintes. ;) Já que tudo o que é bom acaba, retornamos com o nosso tuktuk pela mesma estrada íngreme da vinda.



 

     Como nossa idéia foi passar a virada do ano em um local animado com direito a uma boa ceia de Ano Novo, reservamos nossos lugares em um ótimo hotel da cidade. Chegamos ao local aproximadamente às 21hs. Nossa mesa ficava em um gramado bem próxima à piscina. Uma banda africana já tocava no palco. Após nos esbanjarmos na janta, arranjamos um lugar bem em frente ao palco e nos juntamos ao pessoal que dançava. Aqui na África não existe esse negócio de homem ter que dançar só com mulher; aqui homem dança com homem na maior naturalidade (inclusive alguns até puxaram o Telles e o Víctor para a dança).

     Após a meia-noite a banda tocou mais algumas músicas e se despediu da platéia. Nesse momento entra em ação a dupla Teté e Torugo; Teté na guitarra e no microfone e Torugo no piano começaram a animar a galera. Tudo corria perfeitamente bem (até uns gringos caíram na dança), quando um ser mal-humorado desligou o som reclamando do barulho. Que gente sem graça.. e eu juro que o som estava bom!! Pelo menos eu e a Laís achamos. ;)

      Como já estava meio tarde para entrarmos em casa, resolvemos passar a noite no hotel (o quarto tinha até banheira e com água muito quente) !



 

 

FELIZ ANO NOVO A TODOS, EM ESPECIAL PARA NOSSAS QUERIDAS FAMÍLIAS!

30/12/2011

Motobike

Nessa semana que se passou continuamos indo ao hospital como habitual. Estávamos na tentativa de começar um trabalho na pediatria, mas tudo isso envolve muito burocracia e um comprometimento enorme por parte dos médicos responsáveis em dar continuidade ao nosso trabalho. Infelizmente, ainda não sabemos se essa pesquisa irá adiante.

   Hoje, eu e o Telles saímos mais cedo. Na preguiça que estávamos de caminhar, experimentamos mais um meio de transporte bem popular por aqui: a motobike! Nós dois subimos na garupa da mesma moto e seguimos até o hospital... isso tudo por apenas 25 KSH cada (50 centavos).


       Após nossa rotina no hospital, resolvemos almoçar em um local diferente. O restaurante era bonito e tal, com uma decoração que lembrava alguma coisa tailandesa. A comida também era boa, embora algumas horas mais tarde nós dois sentimos algo diferente em nosso sistema digestivo. Coincidência? Talvez, mas muito improvável.

 

 

p.s. Não se preocupem, estamos muito bem. ;) Foi só uma dorzinha de barriga.

 

                                                                Centro de Nakuru
                                         
                                                       Tuk-tuk com a japa no volante

26/12/2011

Where's the rhino?

          Hoje, acordamos ainda de madrugada. A idéia era assistir o nascer do Sol em plena savana africana e quem sabe com mais sorte ver algum animal no momento da sua caça ou até mesmo um rinoceronte.

   Apenas eu e a Laís tivemos forças para levantar, enquanto os rapazes continuaram dormindo. Devido aos atrasos habituais, o Sol já estava nascendo quando entramos na van. Tiramos algumas fotos e nos dirigimos à savana novamente

  O nosso motorista Mr Mike tentou a todo custo encontrar o que faltava para terminar com chave de ouro o safári: percorremos outro caminho da savana, fomos até a encosta das montanhas e tudo o que visualizamos (além do que tínhamos visto no dia anterior) foi uma “briga” entre dois antílopes que na verdade era apenas um maneira de exercitar e fortalecer suas habilidades.

   Não ficamos muito satisfeitos, mas como um massai tinha me dito no dia anterior “rinocerontes não são fáceis de ver, eles se escondem, mas caso veja um, você terá muita sorte”. Afinal, acho que não tivemos muita sorte.

   Sem outra alternativa retornamos ao hotel para um café da manhã que nos aguardava. Após o café, pegamos novamente aquela “maravilhosa” estrada e mais um dia inteiro de viagem nos esperava. ;)

25/12/2011

Wild Life

         Nossa expedição pelo safári começou cedo. Partimos em nossa van quando o Sol ainda estava nascendo. Durante toda a manhã fomos presenteados com elefantes, zebras, girafas, gazelas, avestruzes, leopardos, babuínos e mais toda uma variedade que só uma fauna típica de savana pode oferecer. A cada novo animal visualizado, nosso motorista Mr Mike contava a história e a peculiaridade de cada um deles




    Nosso almoço foi um tanto singular: paramos no meio da savana (onde aparentemente não havia nenhum animal a vista) e descemos da van para um breve lanche. A comida não era ruim (frango, sanduíche e algumas frutas), mas rezamos para que tivesse sido preparada há pouco tempo... E mesmo com nossas orações, alguns sentiram o efeito dessa refeição depois. ;)


  À tarde seguimos com o nosso passeio pela savana africana e no fim de mais um dia havíamos visto grande parte da fauna local, restando apenas um dos grandes animais: o rinoceronte. Com a noite se aproximando, seguimos para a Massai Village com a promessa de que no próximo dia partiríamos cedo em busca de algum rinoceronte ou talvez com mais sorte, poderíamos ver algum grande predador se alimentando de sua presa.

  Na tribo dos Massai’s foi como se estivéssemos em um mundo paralelo. Eles possuem suas próprias crenças e culturas e retiram da mãe natureza praticamente tudo o que precisam. Quando chegamos fomos recebidos pelo filho do chefe que nos foi explicando como a tribo funciona; e enquanto caminhávamos, ele apontava uma diversidade de plantas que eram usadas para fins medicinais.
  Assim que encontramos o restante da tribo, fomos recebidos com uma dança realizada pela ala masculina da tribo. No meio da dança, angariaram alguns voluntários (entre eles, Telles e Víctor) para fazerem parte da coreografia. Esse vídeo com certeza irá para o Youtube também! Cena mais do que cômica! Após essa dança, foi a vez da ala feminina mostrar a sua coreografia. E claro, angariaram mais voluntários (entre eles, eu e Laís) para se juntar à dança. Infelizmente a bateria da máquina acabou na hora e esse vídeo não poderá ser compartilhado no Youtube! ;/


  Depois das apresentações fomos divididos em duplas, e cada qual foi levada por um massai até a sua residência. A casa deles é desprovida de qualquer energia elétrica e a única luz que entra no recinto é oriunda de uma mínima janela no alto. As contruções são feitas por eles próprios; elas são simples, pequenas (bem pequenas) e bastante quentes. Lá ficamos por uns 20 minutos enquanto o massai nos contava algumas peculiaridades da tribo. Uma delas é que o homem massai pode ter seis mulheres, sendo que a primeira delas deve ser escolhida pelo pai; e o mais intrigante: elas são todas muito amigas! ;)

    Antes de nos despedirmos da tribo, passamos pela “feirinha” onde os massais produzem e vendem alguns objetos: pulseiras, colares, mantas, facas, etc. E foi nessa feirinha que o Telles não fez um bom negócio: ofereceram uma faca feita com chifre desse e couro daquele animal por apenas 3000 KSH, o que equivale a mais ou menos 30 dólares (o que ocorreu foi que o Teté teve um probleminha com a matemática e pensou que era apenas 3 dólares, e claro, comprou bem feliz achando que tinha saído no lucro! ;P hehe ). Mas tudo isso faz parte.. turistas sempre são explorados!

        Terminamos nossa aventura com uma caminhada de volta ao hotel na companhia dos massais, na expectativa de um banho bem quentinho que nos aguardava.


    Caso do dia:

    Não poderia deixar de mencionar!! 
   Quando passávamos bem em frente aos leões, o nosso querido Telles deixa cair o seu óculos de sol!! ;)
    Mas graças ao Mr Mike, conseguimos resgatar o seu precioso óculos e o Mr Mike continua vivo. ;) 







 

24/12/2011

Merry Christmas

Hoje, nossa aventura começou.

  Quando falarem que só no Brasil as pessoas se atrasam ou são desorganizadas é MENTIRA! Além de esperarmos mais de uma hora pela van, tivemos que parar de novo, pois eles simplesmente esqueceram de pegar uma voluntária que iria conosco! Hehe ;) Realmente,  coisas que só acontecem por aqui! o/

   Bom, depois de uma viagem de algumas horinhas, paramos para um rápido almoço. Não imaginávamos a estrada que estava por vir... Recomendo a todos que sofrem de enjôo e que vão chegar ao safári por via terrestre que levem muitos Dramins no bolso! Foram quase 2 horas percorrendo um projeto de estrada que tinha mais buracos do que terra plana, sendo que a maior parte do tempo a van estava numa inclinação de 45graus nos rebordos da estrada numa tentativa não muito eficaz de fugir dos buracos.  Enfim, só eu e a Laís soltávamos uns berrinhos, enquanto os outros pareciam que nem notavam qualquer perigo iminente. ;)

        Após essas 2 horinhas chegamos ao nosso destino: o  “hotel” (que na verdade eram cabanas).  Embora bastantes simples, as cabanas tinham 4 camas boas e um banheiro com água quente!!! ;)


  O fim de tarde foi singular ! Tivemos uma prévia do que aconteceria no dia seguinte..  Entramos de van pela savana e podemos compartilhar o pôr-do-sol com girafas, zebras, elefantes e toda uma infinidade de animais há menos de 2 metros de distância. Como diria meu amigo nordestino Rodrigo: foi sensacional!

       Após um banho bem quentinho (presente do Papai Noel), tivemos uma “ceia de Natal”.  A comida era boa, mas é claro, não se compara a comidinha da vovó no Brasil. ;)

  Depois da janta acendemos uma fogueira e ficamos na companhia dos outros voluntários ao som do nosso violão com a dupla Teté e Torugo (Telles e Víctor). Sob um céu estrelado no leste africano compartilhamos do mesmo “ momento” pensando na nossa querida família reunida no continente ao lado. ;)

 

   FELIZ NATAL A TODOS, EM ESPECIAL PARA NOSSA AMADA FAMÍLIA! ;)

23/12/2011

Indo pra Nairobi

Hoje, acordamos cedo e pagamos um matatus pra Nairobi.

Chegamos em Nairobi por volta do meio dia e fomos ao shopping (Nakumat Junction) encontrar o pessoal da ONG.

Depois de um longo tempo de espera fomos para uma casa de familia passar a noite antes de começarmos nossa aventura pelas terras dos Massai’s.

Na casa havia varios outros voluntários; dessa forma resolvemos fazer uma “festa” com direito a muita música brasileira. ;) 




22/12/2011

Cuide como puder ;)

Hoje, fomos ao hospital novamente. Enquanto o Victor e a Laís foram para a clínica, eu e o Telles ficamos na pediatria.

Bom, depois de um dia inteiro no WARD 6 (ala pediatrica ate 2 anos de idade), posso dizer que algumas doenças prevalecem. Praticamente 80% das crianças tem meningite, pneumonia, tuberculose e malaria; sendo que mais da metade tem mais de uma dessas simultaneamente. Os 20% restantes sofem de desnutrição ou infecção do cordão umbilical.

Devido aos recursos escassos, não se faz exames complementares para confirmar nenhuma hipótese diagnóstica. A conduta deles é a seguinte: 1. Febre? Trata malaria 2. Tosse, estresse respiratorio? Trata pneumonia 3. Fontanela abaulada, pescoço rigido? Trata meningite. Nao seria a conduta mais adequada, mas é o melhor que eles podem fazer.

No fim do dia demos uma passada na neonatologia, local em que são levados os bebês prematuros ou que nascem com alguma doença ou malformação. Devido ao pequeno numero de leitos disponiveis, muitos bebês dividem o mesmo local. Lá eu e a Lais podemos fazer um acesso venoso para alimentação nos bebês prematuros. ;)


Acho que desse dia podemos tirar como lição que eles fazem o melhor que podem com os recursos que tem em mão.;)

20/12/2011

Rhino's attack

Hoje, efetivamente começamos nosso trabalho voluntário.
Às 9horas estávamos lá à espera do dr Nada Simpático, que por sinal chegou umas 2horas depois.
Cada um de nós seguiu para uma área diferente: eu – obstetrícia, Laís – clínica médica, Teté – pacientes com HIV, Víctor – cirurgia. Passamos o dia acompanhando o serviço/ pacientes e conhecendo a rotina do hospital.
No fim do dia, quando nós todos resolvemos assistir uma cirurgia, vimos um caso que só acontece por essas terras africanas:
Um homem com seus vinte e poucos anos deitado na sala de cirurgia com a fíbula e tíbia distais expostas e destruídas e uma ferida aberta no tórax direito.
Claro, primeiramente nos veio à cabeça algum acidente de carro/moto. Então, perguntamos:
- O que aconteceu com ele?
O médico respondeu:
- Foi um ataque de rinoceronte.
Nós, achando que tínhamos ouvido errado, repetimos a pergunta e obtivemos a mesma resposta.
Então, começamos a discutir entre nós a respeito do tempo que teria decorrido desde o acidente (supondo que seriam algumas horas).
- Quanto tempo faz desde o acidente?
O médico responde:
- Aproximadamente 2 dias. !!
Para terminar, devido à falta de material ortopédico necessário, eles apenas reduziram a fratura (“colocaram os ossos no lugar”)e enfaixaram o local com uma tala gessada.

Realmente, coisas que só se vêem por aqui.

19/12/2011

Enfim, começamos...

Hoje, começamos nosso trabalho voluntário.

O pastor nos levou à prefeitura onde entregamos a papelada necessária para validar nosso trabalho.

Após fomos conhecer o posto da Cruz Vermelha, já que trabalharemos alguns dias da semana para ela.


O pastor nos deixou no centro da cidade onde fomos à procura do próximo integrante do nosso grupo: o violão. Após essa nova aquisição, saiu o Telles tocando pelas ruas da cidade e nós acompanhando na dança e na cantoria. ;) Certeza que esse vídeo vai para o Youtube!

À tarde fomos conhecer o hospital no qual trabalharemos 2 vezes por semana.

O hospital chamado Provincial General Hospital é o maior da cidade (Nakuru) e o segundo maior do governo (só perdendo para Nairobi).  O hospital engloba várias especialidades: pediatria, clínica médica, cirurgia, obstetrícia e pronto socorro. Além dessas especialidades, há outros departamentos (mais específicos da África): dos pacientes do HIV e das vítimas de abuso sexual.

Tal como a maioria dos hospitais, há burocracias. Nesse dia, apenas podemos dar uma ronda em todo o hospital na companhia de um médico e tivemos que agendar uma reunião com o diretor do hospital – drMorima, um senhor nada simpático por sinal.

À noite, resolvemos presentear nossa “família” com um prato “brasileiro”: brigadeiro!;)


18/12/2011

Church's Day

Hoje, domingo. Como costume, ainda mais na casa de um pastor, fomos à igreja.
O culto começou às 10 horas. Imaginávamos que terminaria ao meio-dia; mas não, terminou às 13h30min. Embora não tenhamos entendido quase nadado que foi dito (menos a parte que ele agradeceu em Inglês a nossa presença na igreja), o culto foi preenchido com muitas apresentações de dança e de teatro e ainda fomos convidados a almoçar com os membros da igreja.

Após esse domingo religioso, só pensava o quão feliz ficaria minha vózinha se eu contasse a ela minha experiência. ;)


17/12/2011

Outreach Weekend

O dia começou cedo. Nós, voluntários, fomos divididos em grupos para ajudar no empacotamento dos alimentos: farinha e polenta. Após tudo guardado dentro das Vans, saímos rumo a uma comunidade organizada pelo próprio governo: Vomilla Community. Esta é estabelecida pela seguinte razão: aqui no Quênia, o governo atual é acusado de ter fraudado as últimas eleições; quando algum grupo da oposição se revolta contra o governo, este tira essas pessoas de suas residências e deslocam-nas para outros lugares, criando essas comunidades.


Em Vomilla, ajudamos na distribuição de alimentos e no entretenimento das crianças. O grupo “médico” dos voluntários (no caso, nós e mais uma menina australiana) passamos em algumas “cabanas” que havia alguém doente. Não podíamos fazer muito, mas demos alguns remédios que tínhamos conosco e oferecemos algum dinheiro para que conseguissem se deslocar para um hospital próximo.
Após quase uma manhã inteira nessa comunidade, fomos para o Giotto Garbage – um lixão próximo de Nakuru que existe há aproximadamente trinta anos. Esse, sem dúvida alguma, foi o pior local no que diz respeito à pobreza e às mínimas condições necessárias para uma vida digna. No meio de todo o lixo e de toda a sujeira vivem algumas dezenas de famílias se alimentando do que encontram no lixo e conseguindo uma renda mínima através da confecção de braceletes e pulseiras – todas produzidas com material do lixão.
Enfim, depois da nossa visita ao Giotto Garbage, fomos levados à nossa acomodação permanente – a casa do pastor Anthony, localizada em Nakuru. Não podemos esconder nossa satisfação quando chegamos na casa: localizada numa ótima região da cidade, exatamente em frente a um grande hotel e em termos de África, sem dúvida alguma uma ótima casa. Mas claro, sem água quente no chuveiro. ;)

Outreach Weekend

O dia começou cedo. Nós, voluntários, fomos divididos em grupos para ajudar no empacotamento dos alimentos: farinha e polenta. Após tudo guardado dentro dos carros, saímos rumo a uma comunidade organizada pelo próprio governo: VomillaCommunity. Esta é estabelecida pela seguinte razão: aqui no Quênia, o governo atual é acusado de ter fraudado as últimas eleições; quando algum grupo da oposição se revolta contra o governo, este tira essas pessoas de suas residências e deslocam-nas para outros lugares, criando essas comunidades.
Em Vomilla, ajudamos na distribuição de alimentos e no entretenimento das crianças. O grupo “médico” dos voluntários (no caso nós e mais uma menina australiana) passou em algumas “cabanas” que havia alguém doente. Não podíamos fazer muito, mas demos alguns remédios que tínhamos conosco e oferecemos algum dinheiro para que conseguissem se deslocar para um hospital próximo.
Após quase uma manhã inteira nessa comunidade, fomos para o GiottoGarbage – um lixão próximo de Nakuru,que existe há aproximadamente trinta anos. Esse, sem dúvida alguma, foi o pior local que conhecemos no que diz respeito à pobreza e às mínimas condições necessárias para uma vida digna. No meio de todo o lixo e de toda a sujeira vivem algumas dezenas de famílias se alimentando do que encontram no lixo e conseguindo uma renda mínima através da confecção de braceletes e pulseiras – todos produzidos com material do lixão. 

Enfim, depois da nossa visita ao GiottoGarbage, fomos levados à nossa acomodação permanente – a casa do pastor Anthony, localizada em Nakuru. Não podemos esconder nossa satisfação quando chegamos a casa: localizada numa ótima região da cidade, exatamente em frente a um grande hotel e em termos de África, sem dúvida alguma uma ótima casa. Mas claro, continuamos sem água quente no chuveiro. ;)

16/12/2011

Outreach Weekend

      Bom, enquanto não vamos para a nossa acomodação permanente resolvemos fazer um passeio com o pessoal da organização e com os outros voluntários durante 2 dias.
      Essa viagem incluia uma passagem pelo Rift Valley - uma estrutura formada há milhões de anos que se estende no sentido norte-sul da África por aproximadamente 500km e possui centenas a milhares  de metros de profundidade.
      Nosso próximo passo foi um projeto iniciado pelos voluntários (KCC Program) em uma escola primária num município chamado Naivasha. No local ajudamos na distribuição de alimentos e realizamos algumas brincadeiras com as crianças. 
      O que podemos observar é que embora fosse visível a pobreza e as baixas condições econômicas de cada criança, elas sempre estavam muito sorridentes e recebiam da melhor forma possível cada brincadeira nossa, cada abraço dado.
      Seguimos viagem parando para um rápido almoço no município de Naivasha.
      Após, nos dirigimos para o Hell's Gate National Park conhecido por sua ampla vida selvagem e por suas lindas paisagens. Reza a lenda que nesse mesmo parque foi filmada algumas cena do filme Rei Leão.
      No parque, fomos "presenteados" com uma chuva enquanto andávamos de bicicleta acompanhados por figuras ilustríssimas, como girafas, zebras e gazelas.

      Exaustos, encharcados e  famintos... nossa expectativa se concentrava em nosso primeiro e único banho  quente desde então. E  assim  terminamos o dia, em um hotel  próximo  numa cidadezinha chamada Gilgil. 


15/12/2011

Rafiki

      Esse foi o dia em que constatamos que realmente nossa ONG existe e é séria mesmo. 
     Fomos levados de van até o local em que nos foi dada toda a orientação juntamente com todos os outros voluntários. Brasileiros que somos, claro, fomos os últimos a chegar. ;)
     Após a orientação fomos ao shopping (sim, aqui tem shopping também) chamado Nakumat Junction  a fim de acharmos algum meio ao qual pudessemos nos comunicar (internet, celular) e de trocarmos nosso dinheiro (a moeda local são os shilling quenianos.. a equivalência é mais ou menos 100 KSH para 1 $).


      p.s. Acima, o pessoal da IVHQ no dia da orientação.

Lição do dia:
      Na nossa acomodação temporária, havia uma menininha chamada Ninzola - apelidada por nós de Purple Hair. 
      Ela sempre estava no nosso quarto e nos ensinou várias palavras em Swahili. Uma das perguntas que fizemos a ela era o significado da palavra rafiki.. ela nos disse que era alguém que vai embora e nunca mais volta.
      Mais tarde fizemos essa mesma pergunta a um dos caras da organização e ele nos disse que rafiki significa amigo, ou seja, para ela todos os amigos que ela tinha eram os voluntários que iam embora e nunca mais voltavam. ¬¬

      p.s. Acima, a Ninzola - ou para nós, Purple Hair!



14/12/2011

Jambo!





Há aproximadamente algumas horas longe da terrinha brasileira. O nosso percurso São Paulo – Johannesburgo correu sem intercorrências, chegando são e salvos em território africano.
No aeroporto internacional de Johannesbusrgo já podemos experimentar a hospitalidade do povo africano. Conhecemos uma mulher, por coincidência do Quênia, que nos ensinou algumas palavras em Swahilli – uma das línguas mais faladas no leste africano.
O percurso Johannesburgo – Nairobi também correu sem intercorrências, embora o Telles (que tomou uns 5 remédios para enjôo) estivesse pálido e quase vomitando no meu lado.
Em Nairobi, sem contratempos. Nenhuma bagagem extraviada e nosso transfer (Mr James) à nossa espera.
Seguimos em uma van para a nossa acomodação temporária num município próximo de Nairobi, chamado Ngong. Nesse percurso de aproximadamente 40 minutos podemos ter uma visão rápida dessa nova realidade.
Para não me estender muito, terminamos nosso dia com um jantar típico africano na companhia do pessoal da casa, que incluía dois outros voluntários e os moradores – todos muito hospitaleiros. Embora minha opinião seja suspeita, no meu conceito a comida era boa – uma espécie de repolho refogado com um bolinho chamado Ugali. E claro, tudo isso ao som de uma boa música brasileira que colocamos pra animar.

p.s. Acima, no Aeroporto Internacional de Nairobi - Kenya

06/12/2011

Countdown

    Quando falo "Aventuras na África" é porque realmente não sei o que me aguarda lá. Meus amigos muito tranquilizadores adoram fazer brincadeirinhas ou salientar tudo o que de pior possa me acontecer. No entanto, para alívio de uma mãe desesperada como a minha, não irei sozinha não. Nessa aventura, juntam-se a mim Laís Lie, João Paulo Telles e Victor Hugo Belinati, ou para os mais íntimos Japa, Teté e Torugo. ;)
      Em apenas uma semana estaremos saindo da terrinha brasileira. Após todas as medidas preventivas e apesar de tudo o que nos possa eventualmente ocorrer lá, acho que posso dizer em nome dos quatro que o sentimento mais apropriado para o momento é ANSIEDADE e o que nos resta agora é EXPECTATIVA. Expectativa de que essa será de longe uma experiência totalmente nova e sem dúvida alguma inesquecível.